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Foto do escritorAndréa Luiza da Silveira

Ansiedade e preparação para concursos públicos

Atualizado: 12 de abr.

Os episódios de ansiedade estão ancorados nas dificuldades em estudar e no medo de não ter a nota suficiente para ficar colocado de modo a ter a oportunidade concreta para assumir a vaga. Ambos se confundem e, às vezes, tem-se o combo dificuldade em estudar e medo. Então, em vez do posicionamento reflexivo diante da rotina de estudos no cotidiano, atravessado pela confiança no seu próprio processo haverá a vivência afetiva-emocional correspondente à ansiedade. Perde-se a localização espaço temporal. Neste sentido, magicamente fica-se ansioso(a) e experimenta-se a inviabilização do desejo de ser funcionário(a) público e de realização de certo modo de vida.

A vivência da ansiedade pode atrapalhar a rotina de estudos exigida para quem está preparando-se para o concurso público. A rotina de estudos irá ocupar um tempo precioso da semana. A disciplina de estudos necessária, no âmbito psicológico, torna-se possível pela reflexão diante da escolha pela carreira pública que envolve tanto o apreço pelas atividades a serem realizadas quanto a estabilidade e o salário. Esta escolha, no entanto, além de um evento originário e datado, ocorrerá no cotidiano. Afinal, deixa-se de fazer várias outras coisas para se preparar para a(s) prova(as) É justamente pelo importância que o projeto de ser funcionário(a) público(a) possui que a ansiedade ocorre nos eventos do dia a dia. Além de atrapalhar ou, até mesmo, inviabilizar a rotina de estudos, a ansiedade compromete o desempenho nas provas, consequentemente, a realização do sonho de ser funcionário(a) público.

Entendo que o termo concurseiro(a) identifica pessoas que estão aplicando técnicas de estudo para prestarem provas de concursos públicos. Aqui no Brasil, pelo menos, essa terminologia passou a ser muito utilizado na medida em que vagas de trabalho na esfera pública passaram a ser atraentes para as pessoas. Independentemente do trajeto profissional já percorrido pelo(a) concurseiro(a) os estudos voltam-se para a realização de prova(s) específicas definidas por um edital. A prova, muito embora possa abordar muitas temáticas que estarão presentes no exercício das atividades laborais, não tem a função de preparar o(a) futuro(a) servidor público para elas. A prova é um fim em si mesmo. Apenas exige-se um alto desempenho na prova de acordo ao número de vagas. Os conteúdos previstos no edital, portanto, devem ser estudados, revisados e aplicados em simulações da prova. Ao longo dos anos foram sendo desenvolvidas e colocadas em prática variadas estratégias de estudo e preparação para as provas disponíveis em sites de cursos e treinamentos.

O fato é que, inicialmente, o foco será nos estudos e na prova, independentemente da carreira em questão. O foco nos estudos e na prova implica certo comprometimento e engajamento diário. O(a) concurseiro(a) precisará: estudar todos os dias; dar conta de certo conteúdo de acordo ao prazo; ter tempo para descansar e relaxar (incluir boa alimentação e atividade física), e; montar estratégias para analisar seu desenvolvimento diante de um desempenho projetado de acordo a análise da banca que preparará a prova, o tipo de prova e o desempenho de candidatos em concursos anteriores. Ocorre que tais exigências podem ser vividas de tal modo que desencadeiem episódios de ansiedade. Neste caso, procure acompanhamento psicológico.

Eu ofereço orientação psicológica voltada para pessoas que estão se preparando para concursos. Obviamente temos um método científico que fundamenta nossa prática clínica. Mas, considerando que cada situação é única será preciso investigá-la para que as estratégias de superação dos episódios de ansiedade sejam adequadas a especificidade de cada situação.

A orientação psicológica pode ser preventiva como interventiva. Esta última destinada às pessoas cujos episódios de ansiedade já estão ocorrendo. De qualquer modo, a minha dica é: não perca o foco nem a esperança! Encontre formas de estudar e manter certo ritmo de estudo, pois a segurança dá-se de modo conjunto ao processo de estudos. Equivale dizer, quanto menos estudar mais inseguro poderá experimentar-se, o que dará marquem a vivência da ansiedade. Procure apoio de pessoas que acreditam e ajudam você. Se não tiver alguém próximo que possa compreender este momento de sua vida, existem vários fóruns de discussão on-line entre concurseiros(as) que trocam dicas.

De todo modo, o que o(a) concurseiro(a) necessita é posicionar-se reflexivamente diante da rotina de estudos no cotidiano constituindo certa confiança no seu próprio processo.

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