A vivência da insegurança pode ser inviabilizadora e paralisante. Nem sempre nos damos conta que o desânimo, a falta de motivação para fazer as coisas que gostaríamos, as dúvidas sobre nossas escolhas e possibilidades pode ter a ver com não acreditar em si mesmo.
Sentir-se inseguro(a) sobre as suas qualidades físicas ou pessoais, atividades a realizar, o afeto envolvido em relacionamentos, a competência ou conhecimento implicado no trabalho ou nos estudos, em geral, é circunstancial.
Neste sentido, encontra-se as mais diversas soluções ao vivenciar frequentemente a insegurança. Como por exemplo dialogar para resolver, preparar-se para um evento organizando-se e capacitando-se, refletindo com calma e profundidade sobre as situações, optando por não as enfrentar, terminando um relacionamento, afastando-se, não pensar mais no assunto. Estas soluções serão mais ou menos satisfatórias de acordo aos propósitos de cada um e do coletivo em questão, seja um casal, uma família, amigos, equipe de trabalho ou que promova outro tipo de atividade comum.
Mas, quando há sofrimento psíquico a insegurança deixa de ser uma dificuldade que requer apenas soluções pontuais. Ela poderá tornar-se uma demanda para a psicoterapia, grosso modo, passa a constituir um problema psicológico para as quais aquelas soluções não servem ou não servem mais.
A insegurança, então, passa a ser uma experiência que chamamos mais acima de inviabilizadora ou paralisante. O que referimos corriqueiramente como falta de vontade ou motivação em fazer algo que gostaríamos muito de fazer e que nos é essencial. Esta vivência sugere que a insegurança é um tipo de vivência constituinte de certo sofrimento psíquico.
A vivência da insegurança de ser poderá ocorrer em qualquer condição histórica e social. Muito embora ambientes de violência ou crise econômica a favoreçam. Faz-se importante, então, analisar a situação em que a experiência de insegurança ocorre. Não se tem o controle sobre tudo. Não é somente uma pessoa que compõe a situação, também o outro e todo o passado que agora se rompe, atualiza e se projeta como campo dos possíveis. Isto quer dizer que uma pessoa terá possibilidades circunscritas pela sua condição histórico social, muito embora tal condição não a determine.
Podemos fazer alguns questionamentos. Qual o atual contexto de nossa história da vida? Como está o clima afetivo dos lugares e pessoas que frequentamos? Podemos estar num contexto hostil e conflituoso, às vezes, violento? Interessante notar que dificilmente vivenciamos a segurança em contextos e lugares assim. Vale a pena observar também a nossa participação, nossas atitudes e se nós mesmos empregamos a violência reproduzindo ações que mantém o clima afetivo do contexto em análise.
Ainda uma dimensão a considerar referente a insegurança ou segurança de ser trata-se da exigência dos outros ou da própria pessoa sobre si mesma. Lembramos que as exigências podem oferecer um norte na ação e organização temporal e material no cotidiano. Contudo, pode extrapolar a condição física, psíquica e de tempo para atendê-la o que, em geral, leva ao cansaço, a exaustão e até mesmo a vivência da insegurança de ser, isto é, a experimentação da incapacidade de realizar-se e de acreditar em si mesmo
Enfim, não se esgotou as diversas dimensões da vivência da insegurança de ser e sua relação com a motivação neste blog cuja leitura do texto deve levar apenas 3 minutos. Mas chama-se a atenção para o problema. E que sempre pode-se fazer algo para viabilizar vivencias de segurança de ser para si mesmo e para os outros.
Se você pensa que este assunto é pertinente escreva nos comentários quais temas alinhados a este você sente necessidade de refletir que procurarei contemplar no próximo texto aqui do blog: a) pensamentos depreciativos; b) abuso de fraqueza e assédio; c) idealizações e exigências; d)medo do porvir.
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