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Psicoterapia existencialista, um olhar voltado para o futuro


A solidão é uma das dimensões mais relevantes do sofrimento psíquico. Mas além da falta de mediações de pessoas em sua vida aquele (a) que está em sofrimento pode estar amarrado(a) a acontecimentos de seu passado. Por isso, a psicoterapia existencialista propõe analisar ou reconstruir as perspectivas de futuro de acordo as possibilidades e desejos de cada um.

Não é o passado que carrega a vida de sentido, embora nossa história sempre apresente os significados de nossas condutas e escolhas em certos cenários. São nossas perspectivas de futuro e os caminhos práticos que elegemos para persegui-las que nos dão o sentido de viver. Caso se perca tal sentido em algum momento da vida, com o auxilio da psicologia ou, precisamente, da psicoterapia, deveremos resgatá-lo.

O bom e o bonito de sermos seres históricos é que podemos fazer algo do que fizeram de nós ou do que fizemos de nós mesmos, em outras palavras, não estamos determinados pelo nosso passado. Portanto, o processo psicoterapêutico permite que uma problemática psicológica seja superada, tanto a depressão quanto dificuldades de relacionamento com amigos, amorosos ou familiares; desde a ansiedade até problemas de aprendizagem ou sexuais ou ainda dúvidas no modo de ser ou de viver. Qualquer demanda de ordem psicológica pode ser superada num processo psicoterapêutico com o comprometimento de um(a) profissional de psicologia com a excelente formação técnica, teórica e ética e o engajamento do(a) cliente, que também é importantíssimo.

A psicoterapia existencialista viabiliza a compreensão sobre o passado, a experiência realizadora no presente e um olhar esperançoso para o futuro. Sob esta premissa podemos identificar como foi se constituindo o sofrimento psíquico e igualmente como superá-lo. A forma de abordar os problemas de ordem psicológica é organizada a partir do diagnóstico, uma vez que a vivência de alguém que está em um processo depressivo tende a ser diferente daquela de uma pessoa que sofreu um acidente traumático. Ou ainda, a vivência de quem se sente feio(a) e não amável é bem diferente de quem está sofrendo assédio moral. Entretanto, num processo psicoterapêutico fundamentado no existencialismo, verificamos, de inicio, qual é o problema psicológico e quais são as vivências que o compuseram em certas situações ao longo da história de vida. A partir destas descrições o(a) próprio(a) cliente localiza-se diante do fenômeno psicológico e conduz as mudanças na forma de viver, refletir e se emocionar considerando, principalmente, a situação em que a emoção (tristeza, medo, irritação etc) se desdobra, em que os pensamentos de fracasso ou que tudo dará errado ocorrem, em que se dá a irritação com os impasses nos relacionamentos, em que agredi ou deixa-se violentar, culpa-se e assim por diante. Mesmo que preenchessemos mil folhas com exemplos de vivências restariam muitas mais. O certo é que é preciso localizar a vivência no seu contexto para superá-la, tendo visto que cada experiência compõe um futuro, que em geral, não é o desejado, por isso sofremos.

A relação com o tempo é muito importante para o processo psicoterapêutico. O passado, o presente e o futuro são mobilizados ao longo de todo o processo psicoterapêutico que conduzimos, tanto a orientação psicológica à família, ao casal, ao grupo de trabalho quanto a psicoterapia com a criança, com o(a) jovem, com o(a) adulto ou com o(a) idoso(a). A experiência saudável com o tempo viabiliza o que chamamos de temporalização ou personalização, isto é, estamos sempre nos constituindo como personalidade considerando nossa história e o que estamos fazendo para realizar nosso desejo sobre o que queremos do futuro.

Obs.: obra Passado/Futuro/Presente de Beatriz Milhazes, 2007.

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